Identificando e caracterizando os impactos nos serviços de proteção social

Publicado em 28/05/2021

Em uma rápida busca no google encontramos que um desastre significa uma catástrofe; um acontecimento funesto (provoca mortes); um acontecimento que causa sofrimento e prejuízos físicos, morais, materiais, emocionais; sociais, econômicos, etc.


No ano de 2009, A Secretaria da Estratégia Internacional para Redução de Desastres (Eird/ONU) publicou um glossário, um conjunto de termos, e definiu “desastre” como sendo uma “grave interrupção do funcionamento de uma comunidade ou de uma sociedade e que acarreta  grande quantidade de mortes e perdas materiais, econômicas e ambientais que excedem a capacidade de uma comunidade ou da sociedade afetada de fazer frente à essa situação através de seus próprios recursos.”

E como saberemos quais foram os impactos na prestação de serviços e demanda por serviços públicos de proteção social dos municípios atingidos pelo desastre do rompimento da barragem da mina do Córrego do Feijão?

Os serviços de proteção social no Brasil são ofertados por uma rede estatal e por uma variedade de atores não estatais (ONGS, OCS, instituições filantrópicas, religiosas, etc.), que são unidades de acolhimento para pessoas que tiveram os seus vínculos ou direitos fragilizados ou rompidos. São pessoas que precisam de acolhimento, tal como as crianças ou idosos abandonados, crianças submetidas ao trabalho, os jovens que estão cumprindo medidas socioeducativas, pessoas que vivem vulnerabilidades, sofrimentos e riscos devido à pobreza, por serem vítimas de violência doméstica, discriminações raciais, de gênero e de etnias, entre outras situações que estão além dos problemas que a falta de renda pode causar.

As situações de desastre, como por exemplo grandes enchentes, furacões e como o que aconteceu com o rompimento da barragem do Córrego do Feijão em Brumadinho, trazem impactos não somente para o meio ambiente natural, mas também para as populações que foram atingidas. Como nos explica Natália Satyro, professora associada Departamento de Ciência Política da UFMG e uma das pesquisadoras do subprojeto 50, “em situações de desastre dessa magnitude é difícil mapear o impacto imediato. Tem um primeiro momento do desastre, aquelas necessidades de abastecimento de água, de roupa, de moradia, mas se toda a rede do mercado de trabalho e de toda a rede do mercado de trabalho e de onde vem os empregos principais foi afetada, isso gera uma cadeia de perdas econômicas e sociais”.

A primeira etapa do subprojeto 50 vai apresentar um diagnóstico social e territorial comparativo entre 19 municípios atingidos pelo rompimento da barragem em Brumadinho. Isso quer dizer que os pesquisadores vão apresentar uma análise sobre os diferentes níveis de desproteção e vulnerabilidades: os diferentes riscos sociais dessas cidades. Assim, teremos inicialmente um mapeamento da demanda e oferta da rede socioassistencial no período anterior ao rompimento da barragem. 

Depois de mapear e comparar a rede de assistência social entre os 19 municípios, uma segunda etapa será uma avaliação de impacto, ou seja, o estudo vai apresentar um panorama do que aconteceu com a demanda e a capacidade de oferta no período imediatamente posterior ao rompimento. 

Por fim, a terceira etapa fará uma avaliação dos impactos nas questões orçamentária dessa rede e a capacidade dos municípios de responder a tudo isso.

Acompanhe o subprojeto 50 e as demais pesquisas do Projeto Brumadinho UFMG!

Através deste link você tem acesso ao glossário elaborado pela Secretaria da Estratégia Internacional para Redução de Desastres (Eird/ONU) 7817_UNISDRTerminologySpanish.pdf

 

 

sala de estar coberto de lama